domingo, 6 de outubro de 2013

Texto Geografia - 3º ano Ensino Médio - Wandyck

Este texto deverá ser impresso para ser usado em atividade a ser desenvolvida em sala de aula em data a ser marcada posteriormente.


Terrorismo

        O terrorismo se originou no século I d.C., mas foi no século XXI que as ações terroristas se acentuaram e o discurso antiterrorista virou assunto recorrente na mídia ocidental. 
Os atos e ataques terroristas, segundo alguns estudiosos, tiveram início no século I d. C., quando um grupo de judeus radicais, chamados de sicários (Homens de punhal), atacava cidadãos judeus e não judeus que eram considerados a favor do domínio romano. Outros indícios que confirmam as origens remotas do terrorismo são os registros da existência de uma seita mulçumana no final do século XI d. C., que se dedicou a exterminar seus inimigos no Oriente Médio. Dessa seita teria surgido a origem da palavra assassino.
terrorismo moderno tem sua origem no século XIX no contexto europeu, quando grupos anarquistas viam no Estado seu principal inimigo. A principal ação terrorista naquele período visava à luta armada para constituição de uma sociedade sem Estado – para isso, os anarquistas tinham como principal alvo algum chefe de estado e não seus cidadãos.
Durante a segunda metade do século XIX, as ações terroristas tiveram uma ascensão, porém foi no século XX que houve uma expansão dos grupos que optaram pelo terrorismo como forma de luta. Como consequência dessa expansão, o raio de atuação terrorista aumentou, surgindo novos grupos, como os separatistas bascos na Espanha, os curdos na Turquia e Iraque, os mulçumanos na Caxemira e as organizações paramilitares racistas de extrema direita nos EUA. Um dos seguidores dessa última organização foi Timothy James McVeigh, terrorista que assassinou 168 pessoas na década de 1980, no conhecido atentado de Oklahoma.
Com o desenvolvimento da ciência e tecnologia no século XX, as ações terroristas passaram a ter um maior alcance e poder, através de conexões globais sofisticadas, uso de tecnologia bélica de alto poder destrutivo, redes de comunicação (internet) etc.
No início do século XXI, principalmente após os ataques terroristas aos EUA, no ano de 2001, estudiosos classificaram o terrorismo em quatro formas: o terrorismo revolucionário, que surgiu no século XX e seus praticantes ficaram conhecidos como guerrilheiros urbanos marxistas (maoístas, castristas, trotskistas e leninistas). O terrorismo nacionalista, que foi fundado por grupos que desejavam formar um novo Estado-nação dentro de um Estado já existente (separação territorial), como no caso do grupo terrorista separatista Eta, na Espanha (o povo Basco não se identifica como espanhol, mas ocupa o território espanhol e é submetido ao governo da Espanha).
terrorismo de Estado épraticado pelos Estados nacionais e seus atos integram duas ações. A primeira seria o terrorismo praticado contra a sua própria população. Foram exemplos dessa forma de terrorismo: os Estados totalitários Fascistas e Nazistas, a ditadura militar brasileira e a ditadura de Pinochet no Chile. A segunda forma se constituiu como a luta contra a população estrangeira (xenofobismo).
E o terrorismo de organizações criminosas, que são atos de violência praticados por fins econômicos e religiosos, como nos casos da máfia italiana, do Cartel de Medellín, da Al Qaeda, etc. No mundo contemporâneo, as ameaças terroristas são notícias recorrentes na imprensa, “para a maior visualização do terrorismo mundial, a mídia exerce um papel fundamental. Mas é evidente que também cria um sensacionalismo em torno dos terroristas [...] a mídia ajuda a justificar a legalidade e a necessidade de ações antiterroristas que, muitas vezes, levam adiante banhos de sangue e violações aos direitos humanos que atingem mais a população civil do que os próprios terroristas” (SILVA; SILVA, 2005: 398-399).
É importante refletir sobre o terror como prática e o discurso sobre o terror. A separação dessas ações é fundamental para a compreensão da prática terrorista e para a análise dos discursos construídos sobre o terrorismo. Feito isso, será possível entender as questões políticas e ideológicas que estão por trás das práticas e discursos sobre o terror. Assim sendo, estaremos mais aptos a questionar, lutar e compreender por que tantas pessoas matam e morrem por determinadas causas, sejam elas políticas, religiosas, econômicas ou culturais.
É mais que necessário a sociedade compreender as ideologias que movem as práticas terroristas e os discursos construídos sobre essas práticas. A cada ano que passa, a humanidade se sente mais acuada e receosa, temerosa de ataques com armas de destruição em massa.  

Leandro Carvalho
Mestre em História

Guerrilha e terrorismo

      Mesmo que aparentemente semelhantes, terroristas e guerrilheiros possuem várias diferenças.  Em vários textos que debatem os grupos armados espalhados pelo mundo e em diferentes épocas, vemos uma frequente utilização dos termos “terrorista” e “guerrilheiro” para definir os membros integrantes de alguns desses movimentos. Com a recorrência do uso constante das duas expressões, acabamos por ter a sensação de que ambos se referem a um mesmo tipo de organização ou a um mesmo conjunto de práticas.
Na verdade, são várias as distinções que podem ser feitas entre os grupos que se definem como guerrilha e os que são entendidos como terroristas. Uma primeira diferença pode ser vista na origem da própria definição. Em geral, os grupos guerrilheiros são os primeiros a se autodefinirem de tal modo. Por outro lado, a definição dos terroristas costuma partir de veículos de comunicação, analistas e opositores à existência do grupo armado.
Outro aspecto de diferença se reconhece na situação em que uma guerrilha e um grupo terrorista se formam. Os grupos terroristas costumam atuar em contexto onde não há um conflito formalizado e atingem pessoas que não tem relação direta com os inimigos dos terroristas. Por outro lado, as guerrilhas aparecem em situações de conflito ou instabilidade presentes. Além disso, centram suas ações armadas especificamente contra a quem se opõem.
Em termos políticos e ideológicos, os grupos terroristas possuem um discurso de natureza revanchista, não se pautam por algum tipo de ideologia política definida e nem se interessam em buscar apoio amplo da população. Por outro lado, as guerrilhas tem uma orientação política fortemente centrada, geralmente interessados em uma experiência revolucionária que possa se consolidar com o apoio de outros setores da sociedade.
Deste modo, podemos especificar uma série de diferenças fundamentais que nos permitem distinguir guerrilheiros e terroristas. Mesmo estando à margem de algum tipo de poder constituído ou estando dispostos a matar e morrer por um propósito, esses dois tipos de ação armada não podem ser equiparados prontamente. Seus objetivos e formas de atuação mostram as várias faces que as situações podem assumir em um dado lugar e situação.


Por Rainer Gonçalves Sousa
Colaborador Brasil Escola
Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG


O link abaixo contém algumas informações sobre os grupos terroristas conhecidos atualmente.


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