terça-feira, 6 de agosto de 2024

Aula 2 – Do outro lado, residem “os outros”: questões agrárias e sociais no Brasil - habilidade: (EM13CHS606)

Atividade 1 - Leia os textos abaixo, copie, responda e entregue as questões propostas

Texto 1 - Em 1896, começou o conflito armado de maior visibilidade nos momentos iniciais da República, prontamente transformado em bode expiatório nacional: um cancro* monarquista, diziam as elites reunidas na corte e longe dos sertões. A rebelião opôs a população de Canudos, arraial que cresceu no interior da Bahia, ao recém-criado governo da República. Em 1897, com a missão de cobrir os acontecimentos para o jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista Euclides da Cunha levou um susto. Republicano de carteirinha, ele havia embarcado para a Bahia com a convicção de que a República iria derrotar uma horda desordenada de fanáticos maltrapilhos – ainda por cima acusados de “monarquistas” –, acoitados** num arraial miserável. Atônito, descobriu, nos sertões baianos, uma guerra longa e misteriosa, um adversário com enorme disposição para o combate, um refúgio sagrado, uma comunidade organizada e uma terra desconhecida.” 

SCHWARCZ; STARLING, 2015, p. 332 e 333.

Texto 2 - O resultado da produção era dividido entre o trabalhador e a comunidade, a autoridade religiosa do Conselheiro* não dependia do reconhecimento da Igreja católica, e Canudos não estava submetida a chefes políticos da região – representava um elemento perturbador num mundo dominado pelo latifúndio.”                   

No impacto da descoberta, anotando tudo que via e ouvia, Euclides adotou nova perspectiva, e tornou-se um grande escritor. Sua história assumiu um tom de denúncia. Foi muito além da reportagem de guerra: insistiu em revelar o efeito das secas na paisagem arruinada do sertão baiano e a devastação do meio ambiente produzida pelas queimadas no Semiárido Nordestino; inscreveu na natureza uma feição dramática capaz de projetar, no enredo de sua narrativa, imagens de medo, solidão, abandono; reconheceu no mundo sertanejo uma marca do esquecimento secular e coletivo do país. Em Os sertões, publicado em 1902, Euclides da Cunha retomou a história da guerra contra Canudos com um enfoque mais amplo do que usara nos artigos de jornal. Mas manteve o tom de acusação. […] Seu livro virou monumento; é o memorial de Canudos”.













a) Segundo o texto, Euclides da Cunha que foi enviado para cobrir o evento de Canudos, achou que seria uma cobertura de um evento efêmero. Ao chegar na região, o que constatou e concluiu o jornalista?

b) Que grupos sociais se opuseram ao movimento e porquê?

c) Qual a diferença entre o “mundo dominado pelo latifúndio e o Arraial de Canudos?

d) Euclides da Cunha, em sua obra, vai muito além da cobertura da guerra e assume um tom de denuncia. Qual o teor das denúncias feitas por ele?

e) Segundo sua visão, se Canudos acontecesse nos dias de hoje o tratamento e o desfecho teria sido diferente? Justifique a sua resposta.


Pode ser feito em grupos de até cinco pessoas - Caso a letra não seja legível, considerarei que a atividade não foi realizada e a descartarei.

 

 

 


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