terça-feira, 6 de agosto de 2024

Aula 2 - Juventude e a música brasileira a partir de 1968 - Habilidade: (EM13CHS205) - Primeiros ano Nigro gava

 

Aula 2 - Juventude e a música  brasileira a partir de 1968 - Habilidade: (EM13CHS205)

Atividade 1 – Individualmente, leia os textos e a letra da música. Copie, responda e entregue em folha separada somente as questões propostas.

Texto 1 - A música e os anos de 1960 - A música sempre esteve muito ligada à juventude. Ela pode representar insatisfação política, amores, alegria e mesmo rebeldia. Na década de 1960, isso tornou-se muito evidente, já que existiam diversos estilos musicais que refletiam o que eram aqueles anos e quais eram seus desafios.

Em abril de 1965 foi realizado o primeiro festival de música popular brasileira transmitido pela TV Excelsior. Os festivais reuniam milhares de jovens que entoavam as canções competidoras e lutavam por elas,  considerando-as um reflexo e uma reflexão acerca da sociedade em que viviam. Esses jovens, tinham “urgência de Revolução, da liberdade, urgência de realidade e de ação”.

No plano cultural, os anos de 1960 foram marcados por movimentos de renovação cultural e artística, com a emergência do Teatro de Arena, do Cinema  Novo e do Tropicalismo, que influenciaram não só a produção cultural brasileira, mas também projetaram a cena internacional. Jovens se mobilizaram contra a ditadura militar, participando de movimentos estudantis, sindicais e populares. Houve uma série de manifestações e protestos contra o regime que foram severamente reprimidos com violência pelas autoridades                                                                                                         Napolitano,  Jornal da USP

 

Texto 2 -  A cena musical na ditadura brasileira - A vida não se resume em festivais’, disse Geraldo Vandré no palco do Maracanãzinho, diante de 20 mil pessoas que vaiavam a decisão do júri. A multidão estava inconformada com a derrota de sua canção Caminhando (Para não dizer que não falei das flores) para a bela Sabiá, de Chico Buarque e Tom Jobim, interpretada por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy. [...] Mas o ano de 1968 tinha urgências, inclusive urgências musicais. Tinha urgência da Revolução, urgência da liberdade, urgência da juventude, urgência de realidade e de ação. As canções daquele ano também tinham que ser urgentes [...]. Não podiam ficar limitadas a cantar o futuro, cantar para esperar o futuro, cantar enquanto o futuro não chega. [...] Precisava de uma canção urgente que anunciasse que “o dia de glória (revolucionária) chegou” [...]. Efetivamente, o ano de 1968 esticou ao máximo o fio ilusório de continuidade histórica, numa tensão máxima entre sonhos utópicos e realidades massacrantes [...] o AI-5 no Brasil acabou com a ‘Primavera da Juventude’ e suas utopias revolucionárias no auge das mobilizações.                     Vladimir Palmeira

 

Texto 3 - Pra não dizer que não falei das flores

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões

Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razões
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

                                                                                                                 Geraldo Vandré

 

 1. Para você, o que seria uma “música de protesto?

2. Existe alguma música que explicite seu posicionamento político e suas demandas, tendo em vista a concepção de mundo que acredita? Qual seria essa música?   (Nome da música e autor)  Exponha e apresente  seus argumentos!

3. Qual é o tema principal da música? A que ela faz referência?

4. Por que, à época, a música de Geraldo Vandré, “Pra não dizer que não falei das flores”, tornou-se um hino da juventude?

5. Qual é a relação com a ditadura militar no Brasil?

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